Gostei muito dos depoimentos referentes à leitura e escrita, em
especial a do psicanalista Contardo Galligaris, que diz: "A literatura é
um meio de aprender a sonhar a própria liberdade". Assim, volto ao meu
tempo de criança e recordo com saudades da minha primeira professora, D. Margarete,
da pré-escola, que proporcionou o meu primeiro contato com as letras. A partir
daí, tive a oportunidade de conviver com professores especiais que apesar de
toda minha timidez souberam com carinho, dedicação e paciência oferecer
momentos de leitura e escrita. Lembro-me bem da série Vaga-lume, das histórias
de Monteiro Lobato que eram lidas e compartilhadas na praça da escola, na
biblioteca, e nesses ambientes de leitura que eu conseguia viajar nos sonhos e
no mundo da imaginação.
Autora: LUZIA APARECIDA MORONI ALVARES
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ResponderExcluirIdentifiquei-me muito com este depoimento de Marilena Chaui. Foi quando abri uma das caixinhas da memória e lá estavam minhas lembranças tão guardadinhas. Lembrei-me de experiências com leitura e escrita. Eu estudava de manhã, à tarde tinha os meus afazeres em casa. Quando terminados, arrumava a minha salinha de aula, colocando todas as cadeiras enfileiradas, material sobre a mesa e começava a aula. Realmente, criança imita os adultos, até uma latinha que eu enchia de amendoim e imitava minha professora que comia algo enquanto lia. Alguém até me disse que era pastilha valda, eu nunca soube de fato, o que tinha dentro daquela latinha. Por causa dessas lembranças, acredito que desde criança já existia uma professora dentro de mim. Algo interessante também nesta atividade, fez-me lembrar que eu lia para o meu pai à noite, que lembrança mais gostosa. Outra coisa interessante e isto eu não aprendi com ninguém que era recortar imagens de revistas para montar minhas fotonovelas e fazer cartazes em todas as datas comemorativas. Depois de pronto, levava à escola e entregava à professora, desejava que todos lessem e vissem meu trabalho exposto no quadro. Já na adolescência, lia vários livros, escrevia contos e histórias de amor. Às vezes fico me perguntando, por que não me tornei uma escritora?
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